Jesus e a multidão
O primeiro nível de relacionamento que Jesus teve foi com a multidão (Jo 6.2). O relacionamento que a liderança tem com essas pessoas é um relacionamento de massa, impessoal e distante; um relacionamento de multidão. Esse relacionamento é com irmãos que não têm visão clara de nada: da vida cristã, dos princípios de vitória, do andar no espírito etc. Todas as áreas de sua vida são mais ou menos nebulosas. Vivem em altos e baixos em sua vida cristã.
O que leva alguém a ser multidão?
Evidentemente, existem pessoas que vivem nesse nível de relacionamento por não terem recebido instrução ou ensinamento. Diríamos que são involuntariamente multidão. Mas a maioria faz uma opção por esse nível de relacionamento por inúmeras razões. Vamos ver algumas: Decepção com estruturas e líderes. Relações frustrantes, escândalos, feridas profundas e decepção com as estruturas da igreja produzem irmãos descrentes de tudo e de todos. Apenas seguem adiante, sem nenhum compromisso com o Corpo. Infelizmente tais pessoas não percebem que a desilusão é o começo do crescimento.
Medo de serem conhecidas
O temor de serem rejeitadas, decepcionadas, exploradas ou manipuladas leva as pessoas a fugirem do compromisso do discipulado. Todavia isso não é uma justificativa para ficarmos à parte do mover de Deus e da vida da Igreja.Ignorância do melhor de Deus Alguns acham que a vida espiritual miserável em que vivem é o único modelo de vida com Deus, que seus problemas são apenas seus e que ninguém os ajudaria ou entenderia. Participação em “obras mortas”
Existem igrejas que produzem crentes da multidão porque não possuem um fluir do Espírito e da Palavra que o confronte e o traga à intimidade com Deus. São igrejas-berçário que se contentam em fazer programação para entreter os irmãos em vez de desafiá-los a uma vida profunda.
Falta de compromisso
Há pessoas que sabem o que Deus quer, convivem com pessoas de visão, no entanto, optam por uma vida descompromissada.
Características da multidão
- Diálogos sempre muito superficiais, conversas frívolas e fúteis;
- Fraca resposta ao desafio da Palavra de Deus;
- Não aceitam ser cobrados ou confrontados em sua conduta;
- Não se deixam tratar por ninguém;
- Possuem motivação desconhecida, portanto não são confiáveis para qualquer obra ou posição de responsabilidade e liderança;
- O nível de crescimento é baixo;
- São totalmente independentes;
- São infantis, confusos, religiosos e materialistas;
- Nada herdam espiritualmente de seus líderes;
- Fogem de tomar a cruz, pois não toleram o desprazer;
- Possuem uma vida egocêntrica;
- Vivem de aparência.
Jesus e os seguidores
O segundo nível de relacionamento de Jesus foi com aquelas pessoas que o procuravam para serem aconselhadas. Os seguidores ocasionais sempre têm alguma ou todas estas características:
- São religiosos e legalistas, alimentam-se da Palavra, mas com uma ótica religiosa e mística;
- São festivos, chegam, marcam presença, dão boas sugestões, estão nos jejuns, mostram-se intensos e desaparecem até a próxima temporada de fogo;
- São místicos, se conduzem com base no fervilhar de sonhos, profecias, visões e fábulas;
- São mornos. Deixam-se tratar apenas superficialmente quando há pressões ou alguma dificuldade.
- Possuem um relacionamento freqüente, mas superficial;
- Os diálogos são abrangentes, mas não permitem o tratamento do caráter;
- Possuem uma resposta superficial e até religiosa à Palavra;
- Estabelecem ligações por conveniência com a liderança;
- Fogem de cobrança e de confrontação;
- Vivem estagnadas na apatia espiritual;
- São fiéis às programações, normas e preceitos da estrutura religiosa, mas não se deixam tratar pela cruz;
- Nada herdam espiritualmente;
- Suas opiniões próprias são muito fortes e por isso são fechados para aprender com outros.
Jesus e os discípulos
O terceiro nível de relacionamento que Jesus construiu foi com seus discípulos. Neste nível, a proximidade é total, a intimidade e a liberdade com as quais se expressam pensamentos e sentimentos são completas; o compromisso e a renúncia também são totais. As motivações dos discípulos e o potencial de resposta de cada um são intimamente conhecidos e sobre essas bases os desafios são realizados. O discipulado nos fala da aceitação do preço da Cruz. Precisamos entender com clareza isto: discipulado são vínculos formados em Deus, vínculos que implicam em decisão, custos a serem pagos e um objetivo a ser cumprido.
Características do discípulo
- Possui intimidade e transparência para com o seu discipulador;
- Responde de forma completa à Palavra de Deus;
- É submisso;
- Manifesta um crescimento constante e desobstruído;
- É aberto e maleável o suficiente para se deixar tratar;
- Suas motivações são conhecidas;
- É dependente de Deus;
- Possui uma vida de vitória;
- Ao final do processo alcança um ministério reconhecido;
- Possui clareza dos princípios da Palavra de Deus.
Pr. Aluízio A. Silva