Como colocar Deus em primeiro lugar

26/01/2011 16:07


O dinheiro faz parte de nós. Quando oferecemos o nosso dinheiro, estamos a oferecer a Deus uma grande parte de nós mesmos. Precisamos oferecer o nosso dinheiro em adoração a Deus e a nossa adoração só assim fica completa. Consideraremos agora uma forma simples, ao mesmo tempo prática e bíblica, de colocar Deus em primeiro lugar quando lidamos com o nosso dinheiro. Para o fazer, temos primeiro de buscar o Reino de Deus e a Sua justiça e depois honrar o Senhor com as nossas primícias. A palavra-chave é sempre “primeiro”. Se colocarmos o dinheiro antes que Deus, então somos idólatras. Uma forma simples, prática e bíblica de colocar Deus primeiro é consistentemente separar para Deus um décimo do nosso rendimento. Esta prática é tradicionalmente conhecida como “dízimo” e representa a “décima parte”.

Dizimar consiste em separar consistentemente para Deus um décimo do nosso rendimento total. Ao agir assim, estamos a honrar Deus com o nosso dinheiro. O dízimo remonta a Abraão. Alguns cristãos pensam que o dízimo foi pela primeira vez instituído com a lei de Moisés, mas isso é incorreto. Dizimar é, pelo menos, quatrocentos anos mais antigo que a Lei. Gênesis 14.18-20 registra que Abraão acabara de obter uma grande vitória sobre alguns reis e que, no final da batalha, reunira um grande espólio. “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra. E bendito seja o Deus Altíssimo que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.” Melquisedeque era sacerdote do Deus Altíssimo, ou o representante de Deus na terra naquele tempo particular e abençoou a Abraão. De que forma Abraão respondeu? Deu a Melquisedeque um décimo de tudo quanto obtivera na batalha. É importante ver que o Novo Testamento apresenta Abraão como pai e padrão de todos os crentes subseqüentes.

Romanos 4.11-12: “Para que ele (Abraão) fosse pai de todos os que crêem... e fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé de nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão [ou seja, no tempo de Melquisedeque]. Para sermos filhos de Abraão, temos de seguir os passos da fé de Abraão e isso inclui imitarmos Abraão na forma como lidamos com o nosso dinheiro. Depois, em Romanos 4.16, Paulo prossegue: “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós.” Abraão é nosso pai quando caminhamos nas pisadas da sua fé. E quando temos a mesma fé que ele, inclui a sua fé na área das finanças e dos bens materiais.

Consideremos agora Jacó, neto de Abraão. Jacó tornou-se refugiado por causa da forma como enganou Isaque, o pai, e Esaú, o irmão. Deixou a terra da herança e foi procurar fortuna na Mesopotâmia. Quando partiu, tudo quanto levava como seu era um cajado. Eis o que Jacó disse: “E Jacó votou um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar nesta viagem que faço e me der pão para comer e vestidos para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres certamente darei o dízimo” (Gn 28.20-22). Aqui, encontramos de novo o dízimo. Em essência, Jacó disse: “Eis a base da minha relação com Deus. Ele supre as minhas necessidades e eu, em troca, dou-Lhe um décimo de tudo quanto Ele me conceder”. Depois, em Gn 32.9-10, lemos o testemunho de Jacó vinte anos mais tarde: “Disse mais Jacó: Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela e far-te-ei bem, menor sou eu que todas as beneficências e que toda a fidelidade que tiveste com o Teu servo; porque com o meu cajado passei este Jordão e agora me tornei em dois bandos”.

Ele possuía uma tremenda riqueza, uma família muito grande e todas as necessidades lhe foram supridas. Qual a razão? A sua fidelidade em dizimar. Partiu com um cajado e voltava com abundância. Qual foi a chave? Deu a Deus um décimo de tudo quanto Deus lhe concedera. À medida que examinamos o dízimo entre o povo de Deus no Velho Testamento, descobrimos que, na lei de Moisés, o dízimo pertencia a Deus. Não havia dúvidas quanto a isso. Levítico 27.30 e 32: “Também todos os dízimos do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do Senhor; santas são ao Senhor [Note-se que o dízimo é santo]. No tocante a todos os dízimos de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor”. Todo o dízimo é santo ao Senhor.

Em Dt 14.22, Deus diz: “Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente, que cada ano se recolherem do campo”. Darás o dízimo. Isso é dizimar. Muitos cristãos não têm consciência disto, mas no Novo Testamento o dízimo reaparece no sacerdócio de Jesus. Em Hb 6.19-20, fala do “sacerdócio... no interior do véu” e diz-nos: “... onde [no interior do véu], Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo-sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”. Então, Jesus é nosso Sumo-Sacerdote da ordem de Melquisedeque. No capítulo seguinte, Hebreu 7, o escritor explica a parte que o dízimo desempenhou no sacerdócio de Melquisedeque e no sumo-sacerdócio de Jesus. Hebreus 7.4-8: “Considerai, pois, quão grande era este [Melquisedeque], a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. E os que de entre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.

Mas aquele [Melquisedeque] cuja genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas [Note-se a ênfase no dízimo]. Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior [Abraão era menor que Melquisedeque porque foi abençoado por este]. E aqui certamente [no caso do Senhor] tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. O sacerdócio de Melquisedeque é um sacerdócio eterno porque aquele que está no sacerdócio nunca morre. O escritor declara que Jesus vive para sempre como Sumo-Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. E no Seu sacerdócio, Ele recebe os dízimos do Seu povo. Podemos ver que o dízimo tem uma história contínua desde Abraão: de Abraão a Jacó, passando pela nação de Israel e prosseguindo até ao ministério de Jesus, como nosso Sumo-Sacerdote.

De acordo com a Escritura, quando colocamos de lado o nosso dízimo e oferecemos a Jesus, estamos na realidade a reconhecer que Ele é o nosso Sumo-Sacerdote segundo o sacerdócio de Melquisedeque. Revela-se como uma das formas como O honramos e O reconhecemos como nosso Sumo-Sacerdote.